terça-feira, julho 12, 2005

Tuning Lisboeta alarga horizontes

Eis que vos presenteio com a minha segunda pérola filosófica neste recatado cantinho cibernético. Dadas as reclamações que me foram dirigidas, aquando da publicação do meu primeiro post, acerca da extensão do meu ‘pequeno’ texto – a mais marcante tendo sido um dos nossos leitores que me apareceu à porta de casa com um testemunha de Jeová e, antes de me deixar sozinho com o dito animal, disse: «Ora toma lá um ‘pequeno’ discurso a ver se gostas!», quero desde já esclarecer todos em geral e este leitor amigo em particular (o testemunha fez-me de facto ver a luz...) de que hoje não me irei prolongar.
Dito isto, passemos ao sumo. A matéria que me traz hoje aqui é uma palavra que, se não nos pomos a pau, ainda acaba no dicionário como os ‘bué’s e outros que tais, de tanto uso que se lhe dá. Falo, nada mais nada menos que do tuning. Não me interessam detalhes técnicos ou o raio que o valha. Pretendo dissertar sobre os principais hotspots onde facilmente se encontram indivíduos apreciadores deste hobbie. Como é natural, quando uma pessoa pensa em tuning, pensa na ponte Vasco da Gama e em todas as outras grandes rectas de Lisboa (sim, o facto de este pessoal só conduzir em recta também me intriga, mas isso fica, quiçá, para um outro post). Também eu pensava, até ao dia em que, por esquecimento, dei por mim a conduzir sem ouvir música. Tal facto é que me permitiu tomar nota do fantástico facto que vos passo a transmitir: não há lugar em Lisboa para encontrar tuners como o Corte Ingles. Não, não me enganei. Não, também não bebi. Não, não estou sob o efeito de psicotrópicos. É num momento da mais pura lucidez e sobriedade que vos confirmo: o Corte Ingles é o verdadeiro baluarte do tuning. Passo a explicar.
Estava eu a sair do parque de estacionamento do dito centro comercial, janela aberta e (incrivelmente) rádio desligado, quando entrei naquele maravilhosamente arquitectado caracol tão característico do edifício. E foi durante a demorada subida que constatei que só podia encontrar-me, por engano, numa mega-concentração do tuning, que decerto rivalizava com a das motas em Faro. É verdade. Nunca, em toda a minha (curta, é verdade, mas vivida) história de condução tinha eu assistido a tamanha chiadeira de pneus e travões nem tanta aceleradela (vulgo, gazada). A subida em caracol do estacionamento do Corte Ingles parecia a largada para o grande prémio de Silverstone, assemelhando-se a barulheira ao efeito que se consegue quando um indivíduo enccosta a cabeça a uma das turbinas de um Jumbo prestes a descolar. E foi por esta altura que, incapaz de suportar a sonoridade dos motores e dos pneus no ‘caracol’, fechei a janela e liguei o rádio, elevando o volume da novela radiofónica da rádio seixal para
o máximo, relaxando imediatamente de um tão próximo contacto com o mundo tuning.

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