sábado, dezembro 17, 2005

Almerindo meets Low

Foi numa das noites que tudo aconteceu. Estava eu com o Almerindo no Bairro Alto, numa daquelas noitadas de copofonia com um faducho à mistura na Tasca do Chico, quando, já perturbado com o ar do meu velho amigo, inquiri:
Porquê tão façanhudo,
meu caro Gudalberto?
Se não o conhecesse,
Diria que anda em maré de aperto...
Ao que o Almerindo dá início a um desabafo tremendo, sempre com ritmo de fadista, cheio de histórias sérias e dignas de menção neste nosso-vosso cantinho reaccionário...

Esta é a história do Low
Indivíduo composto e de bom porte.
Alguns acessos de desnorte
E pelo estilo gueto embalou.

Ele até era bom rapaz
Mas uma imaginação surpreendente
Fez do avô herói de guerra – da avó mulher tenaz...
Dele, só mesmo comediante incapaz.

Senhoras primeiro que é assim que deve ser.

Calcorreava a vila a avó do Low
Passa um gândulo que pela mala dela puxou.
Mas como o Low tanto frisa,
No fim de contas não a assaltou.

Senhora idosa mas rija e tesa
Contribuíu para um belo quadro:
Conta o Low que se agarrou à mala
E arrastada foi 500 metros pelo drogado...

Já o avô é um milagre da natura
Com alguns anos a dever à sepultura
Uma vez que na 1ª guerro lutou com amor
E na 2ª ficou de fora com muito ardor..

(e ainda é vivo, verdade pura!)

Reza a história que da trincheira
Saíram avô e amigo pela calada..
Foram ao bunker dos alemães
E mataram todos à metralhada!

Como se para herói isto não bastasse,
Mais para a vitória aliada contribuíu..
Como se de um Rambo se tratasse
A metade os Alemães reduziu.

Estava ele e o amigo novamente na trincheira
Quando granada inimiga no colo lhe assentou.
Pegou nela e logo a devolveu àquele que a lançou...
(como noiva que atira o bouquet na boda...)
Bumm!...e matou a trincheira toda!

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