sábado, dezembro 31, 2005

Um é Fixe, o outro é Cool...que giro!!



Não sei quem é o responsável pelo MP3, uma sigla sem dúvida original, mas não deve ter compreendido que as pessoas com menos de dezoito anos não podem votar.
Cavaco é Fixe! Mário é Cool! Então e os outros? São o quê?

(aceitam-se sugestões...o autor da melhor recebe como prémio um fantástico chupa-chupa igual ao do Marito)

sexta-feira, dezembro 23, 2005

Toca a levantar, temos um país para endireitar



Eleitoras e eleitores

Hoje acordei com um pressentimento!
Sei que é sexta-feira 13 e não quinta-feira 12 ou sábado 15!
Sei que hoje é um dia de azar, mas não é um dia de azar, é o dia em que as outras candidaturas têm o azar de me ter como rival, porque quer eu queira ou não queira, serei eleito presidente de Portugal!

Eu queria parar! De vários quadrantes políticos vieram-me pressionar, os orgãos de comunicação social tentaram-me ridicularizar, inventar escândalos etc, mas o enorme movimento que se gerou à minha volta disse “Não! Vieira és o nosso campeão!”

Eu sei que o campeonato ainda mal começou, mas o dever de um campeão é um e só um: ganhar! Porque na política não basta ser candidato, é preciso também saber lutar! E à minha volta o que vejo? Candidatos? Podem ser bons, podem ser bem intencionados, mas não passam de amadores. E amadores não ganham campeonatos!

Eleitores e eleitoras, eu hoje acordei. Não, não foi só um pressentimento ou um sonho. Podia ser um sonho, mas os sonhos não passam de sonhos. Eu acordei com a certeza, a absoluta certeza de que serei eleito. Para muitos isto pode parecer absurdo, para quase todos isto é incompreensível. Mas, pensem bem, talvez a verdadeira razão seja essa, e faço minhas palavras que alguém aplicou a Cristo: eu serei eleito porque é absurdo, eu serei presidente mesmo se isso é incompreensível. Eu serei o vencedor à boca das urnas por mais que seja improvável! Não queremos beber do esgoto, queremos água potável!

Eu não quero um povo adormecido. Eu não quero uma população viciada em concursos na televisão. Eu não quero um povo com falta de imaginação. Eu quero ser presidente de um povo inteligente! Sei que não será fácil, sei que isto é um começo, mas não podemos perder tempo. Por isso é sem rodeios e meias-medidas que proponho, não num futuro longínquo, mas para já, a elevação do coeficiente de inteligência dos portugueses e portuguesas para níveis jamais imaginados. E depois não nos venham falar de atrasos “estruturais” e coisas que tais. Ao nosso lado os nossos parceiros europeus terão a modesta prestação de atrasados mentais! Já lhes comemos as papas! Ao ser eleito presidente cada português será transformado, nada mais, nada menos, no génio a que sempre teve direito.

Portugueses, em pé! Assim é que é!

Temos tido presidentes, que, mais que os governos, têm sido competentes. Isso é bom! Dou-lhes os meus parabéns! Mas será que isso chega? será que os admiráveis discursos desses senhores fazem bater os nossos corações? Será que alguém precisa dessa retórica que o estado publica em grossos volumes e que os contribuintes pagam e ninguém lê? Portugal precisa de mais, de muito mais, e não de presidentes virtuais.

Os políticos vêm, e com razão, queixar-se da abstenção, mas há uma vontade que ou não cabe nos partidos ou os partidos não querem que ela caiba neles, porque estão acomodados na valsa lenta dos cargos. É o que eles dizem sempre que estão na oposição. Não preciso de o repetir. E sobre desgraças destas não vale a pena derramar lágrimas. O melhor é desatarmos a rir! Por isso eu vos peço, e sei que não é em vão. É tempo de dar expressão à abstenção: acabou a brincadeira, votem vieira!

Eu hoje acordei com um país torto. Acordei com o Zé a bocejar ou a dar um arroto. Mas o Manel que há em mim não deixará as coisas continuar assim. Se Portugal está torto, toca a levantar: temos um país para endireitar. E só há um endireita nesta maratona eleitoral, é escusado apontar dedos para o ar!
Chega de canseira: vieira, vieira, vieira!

E basta de impotência, vamos lá a ser uma super-potência!

Os partidos são importantes para a democracia, são uma espécie de mal menor para não reinar a confusão. Mas um presidente não precisa de filiação para nada. Aliás, como pode um presidente com cartão partidário ser o presidente de todos os portugueses? Será verdadeiramente? Ou será presidente um bocadinho mais para uns do que para outros? Ou será um presidente para si, para o seu egoísmo politico. Eu não quero ser presidente pelo poder nem para alguém favorecer. Não precisam de temer! Eu serei presidente porque tenho essa vocação. O resto é ilusão!

Um candidato que quer ser presidente de todos os portugueses e que venha de algum partido não é carne nem é peixe. É um híbrido. É um animal de estimação. É um pokemon. Eu vou apanhá-los todos. Eu vou até ao fim!

Não há quem não queira Vieira na cadeira!

Quando olho para os meus rivais o que é que eu vejo? “clones”! Só a máscara é diferente. E depois dão o melhor de tudo para marcar as diferenças, fingem-se inconformistas e dão chochos nas feiras, como se isso marcasse alguma diferença no “replay” do filme eleitoral. Nós não precisamos de marcar a diferença. Antes de eles serem iguais a eles mesmos já nós éramos diferentes. Nós até preferíamos ser parecidos com eles porque era capaz de ser divertido. Mas não é possível, e agora é tarde de mais!
Chega de falsa diferença, queremos Vieira na presidência!

Diz-se que os portugueses são pacientes. Que sabem esperar. Que devagar se chega ao longe. Mas a história tem provado que até o saber popular está errado. Comigo o país ira para todo o lado. Comigo o tédio vai acabar. Comigo a corrupção não se salva nem a nado. Portugueses e portugueses habituem-se desde já ao inesperado! Acabou-se a feira: votem Vieira!

Por isso só vos peço uma coisa. E o que vos peço é o melhor que se pode pedir: coragem! Esqueçam os vossos preconceitos, as vossas dúvidas, as vossas reticências. Coragem! Votem em mim! Porque esta candidatura já cava a sepultura da estupidez, e comigo na presidência devolverei aos portugueses a inteligência de vez.

Coragem mais uma vez!
Não tenham medo!
Sejam verdadeiros!
Sejam espontâneos!
Sejam portugueses!
Votem sem canseira, votem Vieira!

quarta-feira, dezembro 21, 2005

Passagem de Ano com o Dr. Mário Soares


Com música popular portuguesa e africana.
Inscreva-se já!
Baile Popular, dia 31, no Mercado da Ribeira, Av. 24 de Julho, Lisboa. À meia-noite - passas, bolo-rei e espumante.

Já dizia o Jorge Palma: Deixa-me rir...

sábado, dezembro 17, 2005

Almerindo meets Low

Foi numa das noites que tudo aconteceu. Estava eu com o Almerindo no Bairro Alto, numa daquelas noitadas de copofonia com um faducho à mistura na Tasca do Chico, quando, já perturbado com o ar do meu velho amigo, inquiri:
Porquê tão façanhudo,
meu caro Gudalberto?
Se não o conhecesse,
Diria que anda em maré de aperto...
Ao que o Almerindo dá início a um desabafo tremendo, sempre com ritmo de fadista, cheio de histórias sérias e dignas de menção neste nosso-vosso cantinho reaccionário...

Esta é a história do Low
Indivíduo composto e de bom porte.
Alguns acessos de desnorte
E pelo estilo gueto embalou.

Ele até era bom rapaz
Mas uma imaginação surpreendente
Fez do avô herói de guerra – da avó mulher tenaz...
Dele, só mesmo comediante incapaz.

Senhoras primeiro que é assim que deve ser.

Calcorreava a vila a avó do Low
Passa um gândulo que pela mala dela puxou.
Mas como o Low tanto frisa,
No fim de contas não a assaltou.

Senhora idosa mas rija e tesa
Contribuíu para um belo quadro:
Conta o Low que se agarrou à mala
E arrastada foi 500 metros pelo drogado...

Já o avô é um milagre da natura
Com alguns anos a dever à sepultura
Uma vez que na 1ª guerro lutou com amor
E na 2ª ficou de fora com muito ardor..

(e ainda é vivo, verdade pura!)

Reza a história que da trincheira
Saíram avô e amigo pela calada..
Foram ao bunker dos alemães
E mataram todos à metralhada!

Como se para herói isto não bastasse,
Mais para a vitória aliada contribuíu..
Como se de um Rambo se tratasse
A metade os Alemães reduziu.

Estava ele e o amigo novamente na trincheira
Quando granada inimiga no colo lhe assentou.
Pegou nela e logo a devolveu àquele que a lançou...
(como noiva que atira o bouquet na boda...)
Bumm!...e matou a trincheira toda!

quinta-feira, dezembro 15, 2005

Saudoso Pipi

Confiada a Aquiles por Febo Apolo
Fosse a fornicação missão divina
À pichota grega, mole serpentina
A usurpava decerto meu tarolo

Sugou tetas de Tétis, não é tolo
O da pila veloz não recrimina
Sabe que o meu piço, seta ladina
Em qualquer cona ou peida posso pô-lo

Que nunca fenece a homérica tusa
Como sucede ao herói dos Aqueus
Mesmo entesado co'a formosa musa

Não dá mais que uma (contou-me Zeus)
Já o meu madeiro é plural, qual Medusa
De cobras vesgas que levam aos céus

terça-feira, dezembro 13, 2005

Agora compreendo...



...a existência deste cartaz!



Dá-lhe Manel!

"Ninguém é dono da República, ninguém é dono dos votos. Mário Soares não quer que eu saia do Partido Socialista, quer que eu saia da candidatura. Mas eu não vou sair nem do PS nem vou sair da candidatura."

Manuel Alegre em Aveiro

sexta-feira, dezembro 02, 2005

"Eu é que sou o Manuel Alegre."

Ele está de volta. Manuel João Vieira quer candidatar-se à Presidência da República, mas garante que só avançará se tiver 7500 assinaturas. Depois de, em 2001, ter ficado pelo caminho porque o Tribunal Constitucional "não quis reconhecer" as assinaturas apresentadas - segundo a sua candidatura "com o pretexto pouco desportivo de que 7500 assinaturas feitas pela mesma pessoa não tinham validade" -, o "candidato" Vieira pede agora aos portugueses que dêem uma oportunidade "a este País" e subscrevam o seu nome para a corrida a Belém. "Se não assinarem recuso-me terminantemente a candidatar-me", garante.

No lançamento da candidatura, que decorreu ontem ao final da tarde no clube nocturno Maxime, em Lisboa, Manuel João Vieira afirmou que tomou novamente a decisão de avançar face às "condições catastróficas destas presidenciais" de 2006.

A saber "Mário Soares e Cavaco Silva são os responsáveis pelo estado do País." Que até "podia ser pior" - "olhem a Guiné- Bissau" -, o que é razão bastante para Manuel João Vieira dizer que até gosta dos dois candidatos. Dar--lhes o voto é que já é outra história - "Eu também gosto e tenho admiração pelo D. Afonso Henriques, pelo Viriato e pela Torre dos Clérigos, mas não vou votar neles." E uma farpa a sério: "A política não deve ser feita por dois ex-políticos."

Apesar destas palavras, e a par com Cavaco Silva, um dos principais alvos do discurso de Vieira (do primeiro, já que houve um segundo que versou sobre uma conspiração internacional contra Portugal) foi Manuel Alegre. Primeiro, numa referência indirecta, ao referir-se ao "leque colorido de candidatos presidenciais apoiados pelas estruturas partidárias" - mesmo os que dizem que não, "mas não podem porque são apoiados por uma facção muito grande dentro do partido". Depois, de uma forma muito directa "Eu é que sou o Manuel Alegre, primeiro porque sou Manuel e depois porque sou muito alegre."

Já sobre objectivos para o País, o protocandidato não se alongou, afirmando que quer pôr Portugal "na primeira linha das superpotências do sistema solar" e , para além disto, emendar umas "pequenas coisas que devem ser rectificadas". Para o que o candidato diz querer também avançar para a formação de um partido que "seja mais como a malta quer".

Já quanto aos slogans , depois do "se ganhar, obviamente demito-me" de 2001, agora multiplicaram-se e versam qualquer coisa como isto "Basta de políticos de carreira, votaVieira; Não faças asneira, vota Vieira; Queres dinheiro na algibeira, vota Vieira; Já os conheces de gingeira, vota Vieira."

Candidato, mas não muito. Vocalista dos Ena Pá 2000, Manuel João Vieira repete agora o que fez já nas eleições presidenciais de 2001, altura em que chegou a promover algumas iniciativas de pré-campanha - então sob o lema "só desisto se for eleito" e num registo de total nonsense, que ontem repetiu perante uma plateia de algumas dezenas de pessoas. E que promete manter, mas desta vez afirmando que não quer ficar pela pré-campanha, ainda "que seja difícil recolher assinaturas e seja chato para os cidadãos".

Fonte: Diário de Notícias

terça-feira, novembro 29, 2005

"Comigo em Belém os portugueses podem dormir tranquilos"

Mário Soares apresentou no passado dia 29 de Outubro a Comissão Nacional de Honra da sua candidatura. Na dita comissão figuram 700 nomes de figuras ilustres, e foi com enorme espanto que reparei que nenhum de nós Letões tinha o seu nome nesta lista de saber e conhecimento, como tal digo: Não votarei Soares!

quarta-feira, novembro 02, 2005

Pessoa Eterno

Sonhei, confuso, e o sono foi disperso,
Mas, quando dispertei da confusão,
Vi que esta vida aqui e este universo
Não são mais claros do que os sonhos são

Obscura luz paira onde estou converso
A esta realidade da ilusão
Se fecho os olhos, sou de novo imerso
Naquelas sombras que há na escuridão.

Escuro, escuro, tudo, em sonho ou vida,
É a mesma mistura de entre-seres
Ou na noite, ou ao dia transferida.

Nada é real, nada em seus vãos moveres
Pertence a uma forma definida,
Rastro visto de coisa só ouvida.


Fernando Pessoa, 28-9-1933

terça-feira, novembro 01, 2005

O que diz Molero

Hoje, acabei de ler pela segunda vez este brilhante livro de Dinis Machado. Toda a história, todo o relatório de Molero, são de levar qualquer um às lágrimas de tanto rir. Melhor que ler este livro, é ver a peça representada por dois génios do humor de palco, os senhores António Feio e José Pedro Gomes (que se por algum infortúnio vierem ler este blog, peço-vos que voltem a passar esta peça!).
Aqui vos deixo com Molero:

"Temos a seita dos calmeirões, os Vai ou Racha", disse Austin, "que já tinham sido os Malhoas e os Roquetes, e que mais tarde seriam os Sertórios. O rapaz via-os, rua acima, rua abaixo, gingando o corpo, fazendo gestos vagamente obscenos para a janela das costureirinhas, combinando petiscadas, provocando quem passava, uma discussão, uns tabefes, umas sandes de presunto, uns copos de vinho tinto, a ronda nocturna pelas casas de prostitutas, as últimas anedotas contadas sob a lua alta e as estrelas, o jogo das moedas à luz esverdeada do candeeiro a gás, fantasmas movendo-se, os últimos de cada dia, na tranquilidade do bairro adormecido.
Molero enumera-os: o Pé de Cabra, que era o chefe e fazia contrabando de tudo, desde relógios suíços a cigarros Camel e Lucky Strike, que tinha como passatempo favorito dar carolos, pancadas com os nós dos dedos na cabeça deste e daquele, principalmente dos mais miúdos, para enrijar a moleirinha, dizia ele; o Gil Penteadinho, que vivia de mulheres, jogva à pancada com a mãe todos os dias por causa disso e andava sempre a atirar uma moeda ao ar como, depreende Molero, George Raft em Scarface; o Bexigas Doidas, que não era bexigoso, como se poderá supor, tinha uma doença de pele e coçava-se muito, às vezes os outros coçavam-lhe as costas porque ele não chegava lá; o Lucas Pireza, que ganhava todos os concursos de tango nas sociedades de recreio, tinha o pai na Miltra e dava cem toques na bola com o pé esquerdo sem a deixar cair; o Metro e Meio, que nem Metro e Meio parecia ter, crescia para os lados, não para cima; o Tonecas Arenas, que usava sombrero, falava de touradas que nunca tinha visto, nunca viu nenhuma, vendia imagens religiosas à porta das igrejas, e també fotografias pornográficas para eventuais turistas depravados, tudo isso à comissão, o fabricante era o mesmo; o Peito Rente que tinha uma expressão muito dele quando achava bem qualquer coisa, dizia isso é rachmaninófico, é rachmaninófico, e golfava sangue quando chegava o Outono.
Uma divisa: passe ao largo e não chateie, que já tinha sido outra, no tempo dos Malhoas, está aqui entre as pernas mas não é para ti, rua acima, rua abaixo, uma paragem nesta esquina, outra naquela, um dia passaram a ser os Sertórios, andavam de camisa preta e cinto reluzente, compraram discos de marchas militares e tocava-nos no gramofone roufenho da Miquelina Fortes, fundaram a Liga dos Amigos da Falange, a sede era na carvoaria do Galego, perguntavam de repente: tens alguma coisa contra a Falange?, o Chinês que vendia gravatas dizia que não com a cabeça, o Marca-Passo, que andava há seis anos à procura de emprego, dizia que a Falange era o máximo, então o Pé de Cabra dizia se não tens nada contra a Falange dá cá qualquer coisa, uma moeda aqui, outra ali, o Chinês às vezes dava uma gravata, depois a gravata aparecia na camisa prea do Gil Penteadinho, nunca se soube como é que o dinheiro ia para a Falange, ou qual Falange, a de cá ou a de lá, ou o que era isso da Falange, mandaram imprimir rifas na tipografia do Celestino, que era para a Falange e ele tinha de ajudar, o Celestino disse que a falange dele era a mulher e os filhos, o Gil Penteadinho disse que aquilo era conversa de bolchevista, depois chegaram a acordo, davamtrês rifas por semana ao Celestino, podia ser que lhe saísse, rifavam uma camisa de seda, um bidé com arabescos dourados, um frasco-gigante de fixador para o cabelo marca Ramon Novarro, uma colecção completa da Gazeta do Fado, uma caldeirada para três no Passa-Fome, depois havia as trocas, a Miquelina, a quem saíra a colecção da Gazeta, trocava com o Raul Pechisbeque, a quem saíra o bidé, a caldeirada para três saiu ao Vôvô Resmungas, que quis comê-la sozinho, apanhou uma congestão e ia morrendo, que o levou ao hospital foi o Bigodes Piaçaba da casa de chapéus-de-chuva, tudo quanto era complicações, dores de barriga e falta urgentíssima de dinheiro ia desaguar na loja do Bigodes Piaçaba, que era contra o Governo, parecia estar sempre zangado e tinha a cara vermelha, passava a vida a levar gente ao hospital na sua carripana a cair aos bocados, as mulheres grávidas, as crianças anémicas, o César Louco quando tinha ataques, a Maria Bicharoco quase cega, o Vôvô Resmungas que comia de mais, vendia chapéus-de-chuva e também berlindes, os berlindes acabava por distribuí-los pelos miúdos, o rapaz chegou a ter uma boa colecção, com o Nuvem, o Contra-Nuvem, o Lua, o Mundo, o Contra-Mundo, o Bandeira Nacional, o Corsário, o Tempestade, o Ondas, o Arco-Íris, o Papa, os mais belos e temidos abafadores de berlindes simples, que eram de uma tonalidade acizentada, feitos em série, baratos e humildes.
Os Sertórios patrulhavam a rua, mais um copo e umas sandes de presunto, faziam a saudação de braço estendido quando encontravam o Pimentel, que era paisana da Legião e sabia muito de coisas corporativas, diziam a gente amanhã vai para a Guerra de Espanha e depois de amanhã já não há guerra, depois morreu o Peito Rente, chegara o seu último Outono, os Sertórios foram perguntar ao Celestino como é que se escrevia ao certo rachmaninófico, o Peito Rente levou na carreta uma coroa de flores que dizia: os Sertórios estão contigo, um abraço rachmaninófico.Mas isso de serem os Sertórios foi mais tarde."

Ouvi Dizer

Ouvi dizer que o nosso amor acabou.
Pois eu não tive a noção do seu fim!
Pelo que eu já tentei,
Eu não vou vê-lo em mim:
Se eu não tive a noção de ver nascer um homem.
E ao que eu vejo,
Tudo foi para ti
Uma estúpida canção que só eu ouvi!
E eu fiquei com tanto para dar!
E agora
Não vais achar nada bem
Que eu pague a conta em raiva!
E pudesse eu pagar de outra forma!
Ouvi dizer que o mundo acaba amanhã,
E eu tinha tantos planos pra depois!
Fui eu quem virou as páginas
Na pressa de chegar até nós;
Sem tirar das palavras seu cruel sentido!
Sobre a razão estar cega:
Resta-me apenas uma razão,
Um dia vais ser tu
E um homem como tu;
Como eu não fui;
Um dia vou-te ouvir dizer:
E pudesse eu pagar de outra forma!
Sei que um dia vais dizer:
E pudesse eu pagar de outra forma!
A cidade está deserta,
E alguém escreveu o teu nome em toda a parte:
Nas casas, nos carros, nas pontes, nas ruas.
Em todo o lado essa palavra
Repetida ao expoente da loucura!
Ora amarga! ora doce!
Para nos lembrar que o amor é uma doença,
Quando nele julgamos ver a nossa cura!
Ornatos Violeta

sábado, outubro 01, 2005

Poema Cansado

Estou cansado.
Cansado de sentir, de ver,
De pensar e parecer.
Cansado do que me rodeia,
E para o qual não sei viver.
Estou cansado de estar cansado,
De pensamentos e ideais
Porque estar cansado, cansa,
E cansado estou eu de mais.
Ao longe, avisto a calma,
Que me sorri como o passado
E para lá vou deambulando,
Deito-me e adormeço…cansado.


José Martins

sábado, setembro 24, 2005

Memória de um Portugal profundo...

Foi com grande nostalgia que encontrei, numa pasta perdida, este post retirado de um blog do qual sou leitor frequente. E, achando que nunca é de mais falar sobre o processo do Apito Dourado, aqui vos deixo essa tão sentida memória.

"Segundo publica hoje o Jornal de Notícias, as escutas telefónicas que estão anexas ao processo "Apito Dourado" e que, na passada terça-feira, seguiram para o Tribunal de Gondomar não envolvem só o Gondomar Sport Clube, mas comprometem também emblemas da SuperLiga. Designadamente, o Boavista e o FC Porto, havendo suspeitas, validadas pela juíza que procedeu aos primeiros interrogatórios judiciais, de que Pinto da Costa e João Loureiro terão tentado alterar a verdade desportiva da competição.
Segundo o JN soube, dois dos jogos em causa, ambos da época passada, têm um denominador comum o árbitro Jacinto Paixão, de Évora, que apitou os jogos FC Porto-Estrela da Amadora e o Boavista-Estrela da Amadora. As escutas telefónicas, a que se juntaram as vigilâncias e as perícias feitas pelos "especialistas"(os ex-árbitros Vítor Pereira, Jorge Coroado e Adelino Antunes) a quem a PJ recorreu, foram consideradas muito comprometedoras pela magistrada, que entendeu serem fortes os indícios de corrupção. Os arguidos tiveram obviamente um entendimento diferente - reconheceram as conversas, porém negaram a prática de crimes - mas só agora, quando o processo for aberto, poderão ter acesso ao teor da totalidade das escutas, para poderem explicar o contexto em que determinadas frases terão sido ditas.

PROSTITUTAS. O jogo do F. C. Porto estava marcado para as 19 horas. Ao meio dia, a PJ gravou uma conversa entre Jacinto Paixão e António Araújo, empresário de futebol próximo do F. C. Porto. O primeiro pedia que nessa noite lhe fosse assegurado o serviço de "prostitutas". Dois minutos depois, constata a juíza, Araújo falou telefonicamente com Pinto da Costa e deu-lhe conta do pedido. "Ligaram-me a pedir fruta para logo à noite. Posso levar a fruta à vontade?". Segundo o registo considerado, Pinto da Costa terá respondido que sim, depois de algumas dificuldades de entendimento sobre o significado da palavra fruta. O que obrigou Araújo a explicar que se tratava de uma fruta que "servia para dormir".
As escutas seguintes voltam a envolver Pinto da Costa e Araújo. E ainda segundo a juíza indicaram que foi o F. C. Porto a pagar o serviço de prostitutas. A conversa volta, no entanto, a não ser clara "Só estou a dar conhecimento ao presidente.... é que eu estou sempre a dispor", disse Araújo.
As autoridades possuem também uma relação completa das chamadas feitas entre o árbitro e o empresário e este e o presidente do FC Porto. Que foram várias e às vezes com apenas minutos de diferença. As prostitutas confirmaram ter estado nessa noite com o árbitro e os respectivos auxiliares, tendo reconhecido António Araújo, Jacinto Paixão e Manuel Quadrado através de fotografias que lhes foram apresentadas em tribunal. Todas já foram ouvidas para "memória futura" e os seus depoimentos têm valor em tribunal.

COMBINADO. O segundo jogo envolvendo Jacinto Paixão foi no estádio do Bessa, também no Porto. As escutas feitas pela PJ dão conta de que João Loureiro, presidente do clube, terá combinado com Júlio Mouco - o vogal da Comissão de Arbitragem da Liga que esta semana pediu a suspensão do mandato - quem eram os auxiliares. Acredita ainda a juíza, com base nas provas reunidas pela PJ, que João Loureiro combinou depois com o observador Pinto Correia que seria aquele que deveria pressionar o árbitro para que o Boavista fosse beneficiado.
O resultado não foi o melhor. O Boavista perdeu esse jogo, o que no entanto não terá feito a juíza deixar de acreditar nos indícios de corrupção. Isto porque, no dia a seguir ao jogo, foi registada uma conversa telefónica envolvendo Valentim Loureiro e Jacinto Paixão, na qual o árbitro terá explicado que "não podia fazer mais". Valentim Loureiro reconheceu-o "Foi um azar. Os gajos cada vez que foram lá acima deram um goleco". Mas o mais grave parece ser a promessa feita, em seguida, por Valentim, em que deixa entender que o árbitro foi bem classificado e terá boa nota no final da época. Jacinto Paixão negou em tribunal qualquer tentativa de corrupção. Embora reconhecesse ter uma boa relação com Valentim Loureiro, garantiu que, inclusivamente, desceu de categoria nesse ano . Além disso, o árbitro assumiu ter estado com as prostitutas, desconhecendo quem pagou e negando qualquer favorecimento ao FC Porto. O JN tentou ouvir os outros envolvidos. Pinto da Costa e João Loureiro não quiseram prestar esclarecimentos, alegando estar o processo em segredo de justiça. Valentim Loureiro esteve sempre incontactável."

sexta-feira, setembro 16, 2005

Para mim tanto me faz...

Folgo em saber que o album dos D'ZRT já não está no primeiro posto dos mais vendidos nessa meca da cultura de seu nome FNAC.
A todos os portugueses que não compraram esse objecto o meu muito e muito obrigado.

quarta-feira, agosto 24, 2005

Fadinho do Almerindo

Encontrei o Almerindo à porta do Tibetanos a treinar "O Cavalo Ruço" para mais logo. A páginas tantas diz o seguinte:

"A Imperial não se compra, aluga-se!"

quinta-feira, agosto 18, 2005

O Fadinho do Almerindo

Com o post que vos apresento é criada uma nova rubrica, neste vosso espaço de retiro e pensar, de seu nome O Fadinho do Almerindo.
Assinado por Almerindo Gudalberto ( conhecido monge budista que às segundas, quartas e sextas canta fado para os lados da Madragoa) esta rubrica tem como objectivo dar a conhecer , pelas mãos de um dos melhores assadores de sardinhas, as mais belas e bonitas citações deste nosso Portugal.

“Portas: Eu teso, mas tu preso…”

Almerindo Gudalberto

segunda-feira, agosto 01, 2005

Este país já cheira mal

"Portugal está cheio de cocó, cocó este que está seco por causa da seca que assola o nosso país..."

Manuel João Vieira, candidato presidencial

segunda-feira, julho 25, 2005

Abrigos à prova de 'Crise'

Começada a silly season e numa altura em que as pessoas se medem pelo bronzeado, convirá lembrar que o país está em crise. Ah, a malfadada Crise!
Efectivamente, a Crise anda na boca do povo e até o mais néscio dos indivíduos utiliza o termo para justificar os azares da vida. Porém, indivíduos atentos à realidade social que somos nós aqui no Letão, reparámos que ainda existem aqueles que podemos apelidar de "abrigos à prova de crise". É verdade a terrível e subversiva Crise ainda não se apoderou de tudo.
Em defesa dos interesses dos Portugueses menos atentos, enumero de seguida essas 'mecas' onde, pelos vistos, a Crise não chega ( o critério de selecção baseia-se num índice muitíssimo complexo cuja propriedade intelectual é exclusiva deste nosso-vosso Letão Bloquista e foi calculado com base no número de indivíduos das classes média e baixa que frequenta estes locais, por comparação com o mesmo número de representantes das ditas gentes abastadas):
1 - os restaurantes. Não obstante os efeitos devastadores que se diz ter a Crise na carteira dos Portugueses, acontece que este tipo de estabelecimentos estão permanentemente cheios. "Ah e tal, porque não havia que comer em casa..."
Confirma-se, chegada a hora de comer bem, o português vai comer fora e a crise fica à porta.
2 - os cafés. À semelhança do que se passa nos restaurantes, é impressionante o número de pessoas que vai ao café e não se limita, como seria de esperar (porque a Crise anda aí), ao principal bem que se vende nestes locais - o café. De facto, são inúmeros os portugueses que, uma vez entrados num café, regalam a bilha com sumos, galões, torradas e bolos, pastilhas e gelados. "Também não podemos deixar que a Crise nos prive de TODOS os pequenos prazeres da vida..." é o que se advoga por estas bandas. Com isto só digo: ai do dono de café, pasteleiro e demais fornecedores destes estabelecimentos que profiras as palavras "a Crise é uma m*rda para o negócio". Sou inclusivé de opinião de que os cafés deviam ser obrigados a colocar, ao lado daquele que impede a entrada de animais de estimação, um autocolante com letras gordas: "A Crise não entra aqui."
3 - as praias. Já não é só ao fim-de-semana que as rádios vão alertando os automobilistas para trânsito congestionado nos acessos às praias. Durante a hora e meia que eu próprio passei num dia de semana a caminho da Costa da Caparica, fiz as contas para quanto se gasta para comprar umas horas de sol e cheguei a uma conclusão que seria eventualmente perturbadora para os portugueses que não podem dispensar mais este pequeno luxo em tempo de crise: 10€ de gasolina, 1,2€ de portagem, 0.5€ para o arrumador (na Costa, eles ajudam mesmo a estacionar), 3,5€ para a revista de distracção, 2€ para a CocaCola no bar da praia depois de ir a banhos. Se fizerem as contas, confirma-se: uma vez na praia, a Crise não bate a esta porta.
Como estes, outros locais haverão por descobrir onde a Crise não se faz sentir...
Com isto o IVA aumenta (diz que é a Crise), os cães ladram e a caravana passa...

quarta-feira, julho 13, 2005

O IVA e os Carros

Foi de certa forma evidente que o aumento do IVA (cof cof Shor Sócrates…promessas e tal…cof cof) provocou um aumento de vendas disparatado no que toca ao ramo dos veículos automóveis no período precedente à elevação referida. Subitamente, parecia que todo e qualquer motivo era bom para comprar carro. E vendo o preço da gasolina, isto tem toda a razão de ser!
Os Letões Bloquistas, raramente dormindo em serviço, foram informados da existência de uma família que comprou carro no dia 30 de Junho lá para os lados de Moimenta da Beira. Rapidamente fomos à descoberta da referida localidade. Após 36 horas a conduzir o diálogo precedente à compra chegou aos nossos, relativamente limpos, ouvidos pela boca do vizinho do lado. Eis o que se passou:

Bino: Lucrécia, vou comprar um carro!

Lucrécia: Mas Bino, nós não temos dinheiro! As vendas na feira andam fracas…

B: Não importa, o IVA vai subir 2% portanto eu vou comprar um carro!

L: Isso não é razão Albino Fernando! Nós á temos duas Volkswagen de 87 para as camisas, um Datsun para as couves, uma carroça para o feno, não é o aumento do IVA que vai meter mais um carro na nossa…vivenda.

B: Sabes que mais? Vou comprar um Chevrolet….

L: E os nossos 7 filhos? Vão passar ainda mais fome?

B: …. sempre gostei dos Chevrolets…

L: Vão ter de trabalhar ainda mais para sustentar a tua bebida e os medicamentos para a dor de cabeça que injectas nos braços?

B:…lá em Nova Iorque ele usam os Chevrolets como carros da policia…

L: A tua mãe mal se mexe, anda com aquela cor amarelo-vomitado vai para 5 meses e tu nem ao médico a levas!

B:…dava tudo para ter um Chevrolet da policia “amaricana”; andar a tocar a sirene na feira e ver os ciganos a olhar para mim com maior respeito,…

L: Mas a nossa…vivenda..só tem uma sala/cozinha/garagem, e um quarto/casa de banho/estabulo/sala de bilhar!

B:…vai ser preto! Um Chevrolet preto com o meu nome escrito de lado em branco: Albino Fernando, o Bino Cigano!

L: COMPRA LÁ A MERDA DO CARRO!!MAS CALA-TE COM O CHERLOTÉ OU QUE RAIO É ISSO QUE TÁS A DIZER!! CIGANO DO =#?*!”%&!!!

B: Pensando melhor vou comprar um Suzuki…SUZUKI, gosto do nome…

terça-feira, julho 12, 2005

Tuning Lisboeta alarga horizontes

Eis que vos presenteio com a minha segunda pérola filosófica neste recatado cantinho cibernético. Dadas as reclamações que me foram dirigidas, aquando da publicação do meu primeiro post, acerca da extensão do meu ‘pequeno’ texto – a mais marcante tendo sido um dos nossos leitores que me apareceu à porta de casa com um testemunha de Jeová e, antes de me deixar sozinho com o dito animal, disse: «Ora toma lá um ‘pequeno’ discurso a ver se gostas!», quero desde já esclarecer todos em geral e este leitor amigo em particular (o testemunha fez-me de facto ver a luz...) de que hoje não me irei prolongar.
Dito isto, passemos ao sumo. A matéria que me traz hoje aqui é uma palavra que, se não nos pomos a pau, ainda acaba no dicionário como os ‘bué’s e outros que tais, de tanto uso que se lhe dá. Falo, nada mais nada menos que do tuning. Não me interessam detalhes técnicos ou o raio que o valha. Pretendo dissertar sobre os principais hotspots onde facilmente se encontram indivíduos apreciadores deste hobbie. Como é natural, quando uma pessoa pensa em tuning, pensa na ponte Vasco da Gama e em todas as outras grandes rectas de Lisboa (sim, o facto de este pessoal só conduzir em recta também me intriga, mas isso fica, quiçá, para um outro post). Também eu pensava, até ao dia em que, por esquecimento, dei por mim a conduzir sem ouvir música. Tal facto é que me permitiu tomar nota do fantástico facto que vos passo a transmitir: não há lugar em Lisboa para encontrar tuners como o Corte Ingles. Não, não me enganei. Não, também não bebi. Não, não estou sob o efeito de psicotrópicos. É num momento da mais pura lucidez e sobriedade que vos confirmo: o Corte Ingles é o verdadeiro baluarte do tuning. Passo a explicar.
Estava eu a sair do parque de estacionamento do dito centro comercial, janela aberta e (incrivelmente) rádio desligado, quando entrei naquele maravilhosamente arquitectado caracol tão característico do edifício. E foi durante a demorada subida que constatei que só podia encontrar-me, por engano, numa mega-concentração do tuning, que decerto rivalizava com a das motas em Faro. É verdade. Nunca, em toda a minha (curta, é verdade, mas vivida) história de condução tinha eu assistido a tamanha chiadeira de pneus e travões nem tanta aceleradela (vulgo, gazada). A subida em caracol do estacionamento do Corte Ingles parecia a largada para o grande prémio de Silverstone, assemelhando-se a barulheira ao efeito que se consegue quando um indivíduo enccosta a cabeça a uma das turbinas de um Jumbo prestes a descolar. E foi por esta altura que, incapaz de suportar a sonoridade dos motores e dos pneus no ‘caracol’, fechei a janela e liguei o rádio, elevando o volume da novela radiofónica da rádio seixal para
o máximo, relaxando imediatamente de um tão próximo contacto com o mundo tuning.

segunda-feira, julho 11, 2005

Euromilhões: O sonho que comanda a vida e não só

No fim-de-semana que passou tive o prazer de ir até Kobenhavn, os mais cultos rapidamente encontraram no palavrão acima referido o nome da capital dinamarquesa…outros menos letrados em nada mais pensaram que num bar de alterne lá para os lados da Arruda-dos-Vinhos. Mas pensam vocês o que terá Copenhaga de tão importante para além da famosa sereia, das loiras -de reparar que este adjectivo se refere a uma qualidade da cerveja e não ao à Dulcineide e ao truque que esta efectua no varão – e dos seus edifícios pitorescos? Pois bem caros Letões, foi senão na volta desta cidade para a pobre e morena Lisboa que ocorreu um dos factos mais marcantes da minha história recente, recebi em mãos um exemplar do Correio da Manhã edição domingueira (que para quem não sabe passou agora a custar 1,20€ como consequência da subida dos custos de produção).
Neste aclamado jornal vinha uma notícia que passo agora a transcrever:

Dois homens entraram em discussão e depois envolveram-se à pancada quando anteontem pretendiam registar o boletim do Euromilhões num quiosque de Marzovelos (aqui o corrector do Word sugere a substituição pela palavra marmelos), em Viseu. O caso verificou-se cinco minutos antes das 19 horas, altura em que fecham as máquinas de jogo.
Segundo o Correio da Manhã apurou, um homem de etnia cigana estava a registar dez boletins com apostas de dois euros cada. Como faltava pouco tempo para as 19 horas e havia muita gente na fila, um outro indivíduo, identificado como J. Vilar, revoltou-se com a situação e disse ao primeiro “para deixar as outras pessoas registar os seus boletins”. O homem não gostou dos modos como foi interpelado e começou a ameaçar J. Vilar.
Como a máquina registadora estava lenta e havia muita gente na fila, J. Vilar já não teve hipótese de se habilitar a ganhar os 60 milhões de euros, o valor do prémio. Ficou revoltado mas acabou por se resignar.
Quando parecia que estava tudo resolvido, chegaram ao local mais dois indivíduos de etnia cigana e gerou-se a confusão. Os três indivíduos agrediram violentamente o outro homem e ameaçaram-no de morte com um revolver.
"Estava a ver que iam matar o homem, mas acabaram «apenas» por lhe dar vários murros e pontapés" conta um popular que assistiu à cena de pancadaria.
A proprietária do quiosque afirma que a confusão se passou no exterior do seu estabelecimento, salientando que o indivíduo de etnia cigana estava a ser atendido na sua vez. "O problema é que as pessoas deixam tudo para a última da hora e depois acontecem coisas destas. Ainda por cima a máquina estava muito lenta", disse.

Após este pedaço de cultura jornalística é muita a vontade de entre outras coisas rir, inclusivamente uma lágrima ou outra, mas convém respirar fundo e analisar em profundidade o problema gerado por todo um sonho de ser milionário e laurear a pevide durante o resto da vida. Para começar pegaria na frase final da proprietária que de uma forma, que diria perspicaz, aponta as culpas para a lentidão das máquinas. É que se andassem à pancada e a máquina registasse os boletins em pouco tempo, pronto um pouco de sangue até fica bem nas paredes, agora está a dar os Morangos, há todo um alguidar de feijão verde para descascar e a senhora tem de estar ali a olhar para um aparelho a alimentar os sonhos dos outros muito lentamente, isso não.
Recuando um pouco mais no texto encontramos o testemunho visual do confronto, e aqui se reflecte a matéria da qual o português é constituído, pois se era para haver pancada era da grossa, agora murros e pontapés dá ele na mulher em casa!Como término a esta análise deixo aqui um conselho, da próxima vez que virem um homem de etnia cigana registar dez boletins de dois euros cada para arrecadar um prémio de 60 milhões não lhe digam para deixar os outros registar, digam antes “ tem a certeza que jogou nos números certos senhor cigano? Ficaria muito agradecido de o ver podre de rico!” e vão ver que saem do estabelecimento com os dentes todos, e parecendo que não uma camisola manchada do líquido que nos dá a vida custa imenso a tirar, mesmo com Skip!

quinta-feira, junho 23, 2005

Este País está estragado!...Traga-me outro sff!!

Caros Letões, uma dúvida assaltou o meu sistema, e para a qual parece não haver resposta. Aqui vai: será que há uma altura do ano em que as pessoas desatam a fazer porcaria? Uma espécie de cio para fazer asneiras? Tendo em conta o panorama nacional parece-me que sim! Estou mesmo a imaginar um conselho de ministros:

Secretário de Estado: Senhor Primeiro -Ministro, não me parece com boa cara. Comeu algo estragado ao almoço? Quer um Kompensan?

Primeiro-Ministro: Não é nada! É aquela altura do ano, você sabe. AUMENTEM OS IMPOSTOS!!!Desculpem...isto já passa.

Apresentada que está a minha dúvida passemos à verificação dos factos recentes neste cada vez menos nosso Portugal, para além da já acima referida crise de estupidez que resultou no aumento dos impostos:

Greve dos Professores:

Passou um ano lectivo, 9 meses, alguns testes, alunos para avaliar, coisas de professor no fundo…mas eis que nos Exames Nacionais ocorre a tal crise e pimba, greve! Ora bem, passaram o ano todo a fazer nenhum, a fingir que ensinavam às crianças que o Fernando Pessoa não é um goleador mas sim um poeta, que os Exames Nacionais são super complicados, passam o tempo a contar os dias que faltam para os mesmos e a relembrar que os alunos deviam estar sempre a estudar. Mas quando estes chegam decidem fazer uma “greve” e assobiar para o lado.
Mas para mim a greve tem um pouco mais do que o tal período de falta de raciocínio, para mim um professor quando faz greve é um pouco como aqueles miúdos que se armam em fortes ao lado dos amigos e respondem aos pais com autoridade, mas que mal estes ameaçam com o castigo já o estão a tratar por você e tudo o resto.

- Colegas, vou fazer greve! Decidi que já era altura desses bandalhos do governo verem que nós mandamos aqui!
-Os professores que fizerem greve serão castigados com menos uma sandes de fiambre em relação aos colegas que forem dar assistência aos Exames.

No dia do rigoroso teste é vê-los na escola em número quase superior aos alunos. O que um professor não faz por uma boa sandes de Nobre Finíssimo.

Assaltos:

Este é auge da minha consternação pois estes meninos passam o ano a estudar, a respeitar os outros, bem vestidos, um verdadeiro exemplo para a sociedade. Afinal bastou uma ligeira subida da temperatura, conjugada com um cheiro a maresia para eles arrastarem uma praia, roubando tudo e todos, atacarem comboios e transformarem a linha de Sintra na mais perigosa da Europa.

Caros Letões, para o bem de todos nós, tenham cuidado com as pessoas que vos rodeiam, pois a crise ataca a todos.

Quero deixar aqui o meu agradecimento ao Correio da Manhã, por me abir os olhos para a miséria em que vive este país, a eles dedico o texto que vos deixo.

P.S.- Agradeço o amontoado de comentários aos meus posts. Já estou estafado de os ler e ainda nem a meio vou. O meu muito e muito obrigado.

sexta-feira, maio 27, 2005

O perCurso do bom político

Todo o político profissional ambiciona notoriedade e face time na sociedade. Contudo, não é qualquer Zacarias Pirulito que vemos habitualmente na primeira fila da bancada do seu partido na assembleia ou que as televisões convidam para “debitar” sobre o Estado da Nação. É preciso, antes de mais, ter boas cordas vocais (não é qualquer tenor que consegue os agudos roucos que os políticos desencantam...). Depois, há que saber articular com elas algumas palavras de modo minimamente coerente. Mas, acima de tudo, os profissionais do ramo são doutorados naquela fantástica ciência que é o “falar sem dizer nada”. No intuito de ajudar os aspirantes a cargos políticos leitores deste blog, procederei de seguida à enunciação dos passos fundamentais desta técnica. (Digam lá que eu não sou amigo!...) São eles:
- Expressar uma opinião sobre um assunto;
- Defender o ponto de vista contrário, nunca desvalorizando a posição anterior;
- Dar a volta à questão e dissertar sobre outra coisa qualquer;
- Terminar o discurso de modo determinado, incluíndo sempre uma frase vaga e enigmática.
Nota: Os verdadeiros mestres poderão omitir alguns destes passos, ficando-se pela crítica à pergunta que lhes foi feita, apontando-lhe os erros, sem sequer abordar aquilo que lhes foi pedido, tal é o desvio temático que impôem à conversação. Manter o controle é fundamental...
Mas voltemos à teoria que me trouxe aqui: a definição do perCurso a trilhar por qualquer aprendiz da nobre arte – não, não é o boxe – da política.
Antes de mais, é essencial a alguém que pretenda dedicar-se a este mister, se assim lhe podemos chamar, ter “aquelas basesinhas”, no que respeita ao domínio do português. Ora, partindo do princípio que todo o político deste nosso cantinho europeu é um indivíduo que chega ao lugar que ocupa depois de 15 a 20 anos sem faltar a uma manifestação ou revolta popular e, como tal, não teve muito tempo para dedicar aos estudos, temos que terão que aprender este requisito depois de “lançados”...
Aqui entra o Bloco de Esquerda.
Como? Porquê? Muito simples. O Bloco de Esquerda é porventura o último pilar da Cultura, o altar supremo da mais fina intelectualidade lusa. Em que outro partido poderíamos nós, simples mortais votantes, encontrar um vocabulário tão extenso e rebuscado? É que não é só o Sr. Louçã. Quem vê o telejornal saberá que a representante do Bloco nos Açores tem um discurso em tudo semelhante ao do ilustre tribuno. Se a entrevista que lhe fizeram tivesse passado na rádio e não referissem o nome da senhora, muitos teriam pensado que se tratava do camarada líder desses rebeldes anarcas.
Mas enfim, que eles sabem falar, sabem. Noutra perspectiva, poder-se-ia referir o PP como outra boa escola, pensando naturalmente no virtuosismo do Paulinho. Aquilo é que é falar... No entanto, aí, os ensinamentos parece que são mais complexos, quiçá, dúbios... Cenas de tanga ou empurrões a despropósito não se recomendam a aprendizes desprevenidos...
Daí que não haja melhor escola política que o Bloco de Esquerda.
A partir daí, uma vez capaz de impressionar meia dúzia de gatos pingados em qualquer feira, mercado ou simples ajuntamento quando em campanha para a junta de freguesia, poderá o político júnior filiar-se num partido com créditos firmados, ou seja, votos nas eleições.
Passa uns anos na assembleia, subindo na hierarquia à custa do conhecido “voto de eu” – “quem vota a favor, levante-se...” – e da técnica da “facada nas costas do superior”. Uma vez “rato de cano” encartado, em caso de aperto pode sempre fugir para Bruxelas, dar umas tacadas e conhecer as meninas de luxo que os outros deputados veteranos lhe sugerem.
Finalmente, regressa e reforma-se aos 45 – ou então tira uns anos sabáticos para viajar com ordenado candidatando-se a cargo mais elevado. Em qualquer dos casos, quando precisar uns trocos extra, vai acabar por escrever uma autobiografia em dois volumes nos tempos livres do seu hobby (palavra que nunca vai conseguir dizer, tal é a habituação com o lobby) como comentador político (e de qualquer outra temática, vendo bem) num canal televisivo de alto gabarito.
Uma vida aliciante, não é?

terça-feira, maio 24, 2005

1º Jantar Oficial dos Letões Bloquistas

Teve lugar no Sr Quim , a melhor Casa de Pasto nacional (sim porque restaurantes há muitos, mas casas de pasto...contam-se pelos dedos das mãos e um ou dois dos pés), o primeiro jantar oficial com os novos Letões Bloquistas.
Esta alegre refeição, com um divinal vinho branco caseiro à mistura e uma bela de uma ginjinha com 20 anos acompanhada de um puro Cohiba, teve como momento alto da noite a conversão de dois jovens ao movimento de opinião e decadência mental que é o nosso blog.
Estão assim apresentados o sr Fragata e o sr Monte Cristo.
Ao Sr Quim o nosso muito obrigado pelo brilhante manjar e fica a promessa dos jantares dos Letões Bloquistas continuarem a ser na sua imensa casa, assim como um post futuro à medida dos seus calamares.

quarta-feira, abril 06, 2005

Trim,Trim

Foi capa desse grande líder de vendas, o 24 horas,o facto de D. Duarte não largar o telefone por estar à espera de um telefonema que o convide para o casamento real do Príncipe Carlos e do monte de peles do qual o nome não me recordo agora.
Mas eu questiono-me se o homem, sendo ele o herdeiro do trono português, não tem um telemóvel? É que é muito chato uma pessoa como o herdeiro do trono, futuro rei caso Portugal volte a ser uma monarquia, ter de abdicar da sua vida ocupadissima para ter de ficar a olhar para um telefone.

Trim,trim...
-Hello, Prince Charles here...

sábado, abril 02, 2005

O Regresso de El-Rei D. Santana, O Penteadinho

O regresso de Pedro Santana Lopes continua a provocar em mim cólicas profundas. Quando aquela figura se apresenta à minha frente sinto logo o meu cólon aos berros. Mas estas dores estão na iminência de acabar pois descobri algo que passou despercebido durante anos aos mais ilustres historiadores: Pedro Santana Lopes é nada mais nada menos que El-Rei D.Sebastião.
Pensará o leitor que as dores abdominais me devem ter subido à cabeça, mas vejamos:

  • Santana Lopes tal como D.Sebastião (ou melhor tal como ele mesmo) também abandonou a pátria por uma batalha de todo o interesse nacional(para o leitor mais distraído estou a falar das eleições legislativas do mês passado).
  • Batalha esta -que tal como a de Alcácer Quivir- foi perdida sem apelo pelo líder em questão, e que resultou na suposta morte do mesmo.
  • Tal como nos tempos de D.Sebastião, também Santana Lopes é seduzido por meia dúzia de galdérias, que chegam inclusivamente a realizar confrontos físicos umas entre as outras ou familiares, de forma atingir o tão fácil protagonismo e poder.

Mas afinal El-Rei está vivo, e fez questão de cumprir a lenda de uma forma moderna ao surgir montado no seu Smart branco, e tomar de volta aquilo que por direito é seu.

Erguei-vos agora Saudosistas e Sebastianistas, ou melhor Santanetes, El-Rei está de volta! Já diz o povo: "Dia de S. Sebastião, laranjas na mão"!!Viva o Rei!Viva!

quinta-feira, março 24, 2005

A Golpada

O regresso de Pedro Santana Lopes na CML é digno de um grande filme. Mas os Letões Bloquistas descobriram que esse filme já existe - é nada mais que A Golpada de George Roy Hill, em que participam nomes como Paul Newman e Robert Redford - têm é de ser reeditado. Aqui fica em primeira mão o cartaz e resumo escrito do novo filme.



Esta extraordinária comédia reúne as super-estrelas Durão Barroso e Pedro Santana Lopes que são um par de charlatães que consegue dar "o golpe" ao seu inimigo, enganando-o na maior farsa que já se viu na história da política nacional.
Passado no início de 2005, esta comédia de aventuras segue os passos de um ambicioso ladrão ( Pedro Santana Lopes) e de um vigarista veterano (Durão Barroso) que procuram vingar-se do presidente da CML ( Carmona Rodrigues), pela sua boa gestão e competência.
Este êxito de discussões vai surpreendê-lo com o seu final inesperado.

segunda-feira, março 14, 2005

Tempos de mudança...de governo

Estava eu a meio de um pensativo repasto, quando duas pessoas comentam o seguinte:
- Aqueles Letões Bloquistas andam desaparecidos, devem ter feito como o dr. Freitas do Amaral e renunciado às suas origens.
Não meus amigos, nós continuamos a opinar e a rir com o panorama político nacional.
Mas estes são tempos de adaptação ao Mundo Cor-de-Rosa.
Portanto aguardem pois vamos voltar a atacar.

domingo, fevereiro 20, 2005

Rescaldo das Eleições

A esta hora é um dado quase certo a maioria absoluta por parte do Partido Socialista e do seu líder José Sócrates.
Como qualquer Letão Bloquista que se preze faço aqui uma leitura dos resultados e consequente previsão futura:
José Sócrates- Ao líder socialista tudo correu bem, ganhou as eleições com a maioria absoluta que tanto pediu. A ele e ao Diogo Infante os meus sentidos parabéns. O meu desejo é só um, que não altere a sua vida de forma inversa à do sr Reagan, e que não desista da carreira política a favor da representação, pois seria deveras aborrecido para todos nós ter de aturar um novo Pesadelo Côr de Rosa (trocadilho entre a simbologia do partido socialista e o filme em que participa o Diogo Infante e a Catarina Furtado).
Santana Lopes- Ao líder social democrata correu tudo mal neste domingo, não ganhou as eleições, não impediu a maioria socialista, não ganhou credibilidade política, acabou-se o gel!!!Resumindo, uma chatice toda esta aventura pós-demissão. Mas nem tudo o que se passou nesta campanha são mágoas para PSL, ao menos ganhou uma namorada e um filho (mais um para juntar à colecção do maior playboy português). O facto de ela ser casada e trabalhar (actividade de certa forma incompatível com a sua forma de viver) vem trazer ainda mais alegria a PSL, pois é sempre bom alguém ter dinheiro para manter o seu penteado altamente sexy e elaborado.
Paulo Portas- Não conseguiu os 10% que tanto gostava de ter, e como tal também não conseguiu reter a maioria socialista. Mas para o PP tudo corre bem quando acaba bem e esta maioria até nem é má para ele, ao menos vai poder demonstrar ao sr. Louçã que é capaz de gerar uma vida e ver um sorriso na cara de uma criança, para tal só tem de esperar pela lei da adopção a casais homossexuais que o PS irá aprovar.
Francisco Louçã- Conseguiu aumentar em mais do dobro o número de deputados na Assembleia da Républica, e como tal é uma vitória para o BE. Agora pode voltar para a sua vida saudável longe do álcool e essencialmente longe das drogas. Pois é um dado adquirido que estas substâncias lhe provocam uma enorme alergia, como tal ele e o seu partido fazem questão de não tolerar o consumo das mesmas .
Jerónimo de Sousa- A este senhor só lhe posso advinhar um futuro em que responderá em alta e viva voz a todas as afrontas políticas que lhe seja dirigidas.
P.S.- Peço desculpa de no meio de tanta informação verídica usar um boato sobre a voz do candidato do PCP para fazer uma piada.

Afinal são dois!!

Estava eu a pensar no meu primeiro post ( que surgirá brevemente por força das eleições), quando um jovem se dirige à minha pessoa com um ar trémulo. Eu , afoito Letão Bloquista, pergunto:
-Que tens jovem?Estás com o ar de quem viu a esquerda demolir a direita nas eleições de hoje!
-É que eu também sou um Letão Bloquista, e como tal gostaria de entrar nesse seu projecto. Até já tenho um texto pronto.
Eu , no meu sábio pensar, aceitei a contribuição deste jovem.
Como tal fica apresentado o Ossumana Meireles a toda a comunidade.

E assim nasce o Letão Bloquista

Neste dia de eleições é dado um passo em frente no mundo do pensamento absurdo e da opinião infundamentada, pois nasce o Letão Bloquista.
Ao contrário do que possa estar a imaginar, o referido Letão não é um miudo nascido na Letónia com um semblante em tudo parecido com o de Francisco Louçã, muito menos é membro de um qualquer bloco partidário. É apenas um nome absurdo que vai dar que falar nesse Portugal cheio de Letões Bloquistas por identificar.
Feita a introdução é tempo de ir viver este dia tão importante para o nosso país como o da final do EURO 2004. Só espero que não apareça um qualquer grego que nos estrague esta maravilhosa festa democrática.